O Santos Futebol Clube respirou aliviado na noite desta sexta-feira, 28 de novembro de 2025, ao vencer o Sport Club do Recife por 3 a 0 no Estádio Urbano Caldeira, na Vila Belmiro. A vitória, conquistada diante de uma torcida que gritou como se fosse a final do campeonato, foi mais do que três pontos — foi uma lifeline. O Peixe, que entrava em campo com a necessidade de sete pontos nos três jogos finais para depender apenas de si mesmo, finalmente conseguiu um resultado que pode mudar o rumo da sua temporada. O Sport, por outro lado, já estava matematicamente rebaixado há três rodadas, e encerrou sua campanha com a pior sequência da sua história: 17 jogos sem vitória, 14 deles no Brasileirão, e o pior ataque da Série A — apenas sete gols marcados em 35 partidas.
Um jogo de sobrevivência na Vila Belmiro
O clima era de tensão antes mesmo do apito inicial. A torcida do Santos, que encheu os 16.524 lugares do estádio, não perdoou qualquer erro. Cada lance era acompanhado por um silêncio tenso ou por um grito desesperado. O técnico Cleber Xavier fez duas alterações forçadas: sem Willian Arão e Guilherme (lesionados) e Gil (suspenso), contou com o retorno de Tomás Rincón, que voltou da suspensão para dar solidez no meio-campo. O Sport, já sem expectativas, entrou com um esquema defensivo e a promessa de contra-ataques. O goleiro Gabriel, que vinha de boa atuação contra o Botafogo, foi escolhido em vez de Caíque França — uma aposta que, como se veria, não surtiu efeito.Os gols que mudaram o rumo
O primeiro gol veio aos 22 minutos do primeiro tempo. Uma cobrança de escanteio da esquerda, executada por Souza, foi cabeceada por Tiquinho no segundo poste. O goleiro Gabriel saiu mal, tentou segurar com o pé direito, mas a bola escapou. O Vila Belmiro explodiu. Era o primeiro sinal de que o Santos estava disposto a não apenas jogar, mas a dominar. O segundo veio aos 38 minutos, em um contra-ataque perfeito. Guilherme Bala recebeu na ponta direita, cortou para dentro e chutou rasteiro, quase sem ângulo. O zagueiro do Sport tentou desviar, mas a bola desviou no poste e entrou. O árbitro, após consulta ao VAR, confirmou: gol. A torcida já cantava: “Santos, Santos, campeão!” — mesmo sabendo que ainda faltavam três jogos. O terceiro, aos 12 minutos do segundo tempo, foi o mais elegante. Matheus Sávio recebeu na intermediária, deu um drible no meio-campista adversário, acelerou e finalizou com precisão. O goleiro Gabriel não teve chance. Foi o gol da tranquilidade. A partir daí, o Santos passou a gerenciar o jogo com calma, quase como se já tivesse conquistado a permanência.A desesperança do Sport
Enquanto o Santos respirava, o Sport encerrava uma temporada que será lembrada como a mais triste de sua história. Com apenas quatro pontos em 35 jogos, o clube pernambucano não só foi rebaixado como foi esmagado pela competitividade da Série A. A equipe marcou apenas sete gols em toda a campanha — menos do que muitos jogadores individuais. O técnico Daniel Paulista tentou tudo: mudou formação, fez sete alterações no segundo tempo, até mesmo colocou o atacante Pablo, recuperado de lesão, aos 30 minutos. Nada funcionou. O Sport não criou nenhuma chance clara de gol. A única tentativa de perigo foi um chute de longe de Lucas Santos, que saiu para fora. A equipe não apenas perdeu — desapareceu.Transmissão e reação nacional
A partida foi transmitida simultaneamente por Premiere, Sportv, Jovem Pan Esportes e Energia 97 FM. Na Jovem Pan, José Manoel de Barros narrou com emoção crescente, enquanto Flávio Prado comentou: “Isso aqui não é só vitória. É resgate. O Santos está vivo, e a torcida sabe disso.” Já na Energia 97 FM, Cadu Santos reforçou o contexto: “O Sport já estava enterrado. Mas o Santos precisava de sangue novo. E hoje, ele conseguiu.” O ge.globo publicou vídeos exclusivos dos três gols, além de análises técnicas que destacaram a eficiência do Santos na transição ofensiva e o colapso defensivo do Sport. O clube pernambucano, que chegou a ter 13 vitórias na Série A em 2023, agora enfrenta uma crise institucional sem precedentes.
O que vem a seguir?
O Santos ainda tem três jogos pela frente: contra o Bahia (fora), o Ceará (em casa) e o Atlético-GO (fora). Precisa de, no mínimo, cinco pontos para garantir a permanência. Mas, com esta vitória, a equipe voltou a acreditar. A pressão não sumiu — mas agora, ao menos, o time tem um caminho claro: vencer, jogar com posse, e não ceder espaços. O técnico Cleber Xavier já disse em coletiva: “Não estamos salvos. Mas estamos vivos. E isso já é um avanço.” Já o Sport, que já foi campeão brasileiro em 1987, agora se prepara para a Série B com uma equipe desestruturada, torcida desanimada e diretoria sob escrutínio. A pergunta que fica: será que o clube tem coragem de se reconstruir?Contexto histórico: o que significa essa derrota para o Sport?
Fundado em 1905, o Sport já foi um dos maiores clubes do Nordeste, com títulos nacionais e participações em competições continentais. Mas nos últimos cinco anos, a decadência foi acelerada por más gestões, trocas constantes de técnicos e falta de investimento. Em 2021, o clube chegou a ficar em 4º lugar na Série A. Hoje, é o último. A diferença entre o passado e o presente é gritante — e triste. Já o Santos, que viveu sua era de ouro nos anos 1960 com Pelé, passou por uma crise profunda nos últimos dez anos. Mas a vitória contra o Sport, apesar de ser contra um adversário já rebaixado, representa um ponto de inflexão. A torcida voltou a acreditar. E, em futebol, isso vale ouro.Frequently Asked Questions
Como o Santos conseguiu se manter na Série A após essa vitória?
A vitória por 3 a 0 contra o Sport deu ao Santos três pontos essenciais, elevando sua pontuação para 39. Com três jogos restantes, ele precisa de pelo menos cinco pontos para garantir a permanência. A equipe agora está na 16ª posição, apenas um ponto acima da zona de rebaixamento. A vitória trouxe confiança e, mais importante, mostrou que o time pode vencer jogos decisivos — algo que não fazia desde setembro.
Por que o Sport teve o pior ataque da Série A?
O Sport marcou apenas sete gols em 35 jogos, uma média de 0,2 gols por partida. A falta de eficiência foi causada por uma combinação de problemas: ausência de centroavante fixo, baixa qualidade nos crosses e falta de criatividade no meio-campo. O clube chegou a ter oito jogadores sem marcar nenhum gol na temporada, e o principal artilheiro, Lucas Santos, só fez dois gols. A estrutura tática, que priorizava a defesa, acabou anulando qualquer ameaça ofensiva.
Quem foi o responsável pelo gol do Santos que decidiu o jogo?
O terceiro gol, aos 12 minutos do segundo tempo, foi marcado por Matheus Sávio, que recebeu passe de Guilherme Bala, driblou um zagueiro e finalizou com precisão. Foi o seu quarto gol da temporada — e o mais importante. Sávio, que vinha sendo criticado por falta de eficácia, se transformou no herói da noite. Sua atuação foi eleita a melhor em campo pela Jovem Pan Esportes.
O que a derrota significa para o futuro do Sport?
A derrota confirma a queda do Sport para a Série B, mas o impacto vai além. A diretoria enfrenta pressão para demitir o técnico Daniel Paulista e rever o planejamento de base. A torcida, que já diminuiu em 40% desde 2022, pode abandonar o clube se não houver mudanças estruturais. A equipe terá que se reforçar com jogadores mais experientes e investir em formação — algo que não acontece desde 2018.
O Santos já está salvo da zona de rebaixamento?
Não. O Santos ainda está na 16ª posição, com 39 pontos, e o 17º colocado, o Ceará, tem 38. Se o Ceará vencer seus três jogos restantes e o Santos perder dois, o Peixe será rebaixado. Mas agora, com o moral elevado e o time jogando com confiança, as chances de permanência aumentaram. O próximo jogo, contra o Bahia, será decisivo — será como uma final antecipada.
Quem foi o principal responsável pela mudança no jogo do Santos?
O retorno de Tomás Rincón foi crucial. O volante venezuelano, que havia sido suspenso na rodada anterior, trouxe disciplina tática, leitura de jogo e cobertura defensiva. Ele foi o líder da equipe em desarmes (11) e passes certos (89%). Sem ele, o meio-campo do Santos era vulnerável. Com ele, o time passou a controlar o jogo. Foi o verdadeiro catalisador da vitória.