Piero Maza apita final da Copa Sul-Americana entre Lanús e Atlético-MG em Assunção

Na tarde de sábado, 22 de novembro de 2025, o Estádio Defensores del Chaco, em Assunção, vai vibrar com a final mais aguardada da Copa Sul-Americana em anos. Entre Lanús e Atlético Mineiro, não será só o troféu que está em jogo — será a história, a experiência e, sobretudo, a chance de entrar para o clube seleto dos campeões continentais. E quem vai garantir que tudo aconteça dentro das regras? Piero Maza, o árbitro chileno de 41 anos que já apitou 15 jogos da competição desde 2019, incluindo as duas semifinais do Atlético-MG contra o River Plate. A decisão, marcada para as 17h (horário de Brasília), é única, neutra, e carrega um peso financeiro de US$ 11,5 milhões para o vencedor — um valor que, por si só, transforma o jogo em um evento de dimensões quase europeias.

Uma equipe chilena, um momento decisivo

O trio de arbitragem principal é todo chileno: além de Maza, os assistentes Miguel Ángel Rocha (39) e Alejandro Molina (43) completam o quadro. A escolha não foi casual. A CONMEBOL tem confiado cada vez mais na precisão técnica e na calma sob pressão dos árbitros do Chile, que já apitaram finais da Libertadores e da Sul-Americana nos últimos cinco anos. O VAR, Juan Ignacio Lara (38), traz consigo a experiência de 12 jogos como árbitro de vídeo na competição — e, curiosamente, já atuou em duas das três partidas do Atlético-MG nesta edição. Isso pode gerar questionamentos, mas a CONMEBOL garante: não há conflito de interesses. O sistema de rotação é rígido, e Lara só foi designado após análise de desempenho e neutralidade.

O quarto árbitro, Carlos Andrés Betancur, da Colômbia, é um nome conhecido nos jogos de grande porte da América do Sul. Ele já atuou em finais da Copa Libertadores Sub-20 e em confrontos decisivos da Liga Profesional Argentina. A presença dele traz um equilíbrio regional — algo que a entidade considera essencial em finais com clubes de países diferentes.

Dois clubes, duas histórias

O Lanús, treinado por Mauricio Pellegrino (53), chega à final com o sonho de repetir o feito de 2013, quando venceu o Independiente e levantou o troféu pela primeira vez. A equipe argentina, com o experiente Eduardo Salvio (34) e Marcelino Moreno (29) — ambos com mais de 200 jogos profissionais —, confia nos contra-ataques rápidos e na capacidade de aproveitar erros defensivos. O time de Pellegrino não tem estrelas globais, mas tem coesão, disciplina tática e um espírito de grupo raro nos tempos atuais.

Já o Atlético Mineiro, sob o comando de Jorge Sampaoli (65), busca seu primeiro título na competição. O técnico argentino, que já venceu a Copa Sul-Americana como treinador do Sevilla em 2015, chegou a Belo Horizonte com a missão de devolver ao clube a glória continental. Seu time, com o veterano Hulk (38) e o criativo Gustavo Scarpa (31), tem o poder ofensivo, mas também a fragilidade de uma defesa que sofreu gols em 7 dos últimos 10 jogos. Sampaoli sabe: o jogo será decidido na contenção. “Não vamos jogar contra o Lanús. Vamos jogar contra o tempo, contra a pressão, contra a expectativa”, disse em coletiva na quinta-feira.

Um estádio, um prêmio, um futuro

O Estádio Defensores del Chaco, inaugurado em 1917, tem 42.354 lugares e viveu momentos históricos da seleção paraguaia. Mas nunca viu uma final da Sul-Americana. A CONMEBOL decidiu, em reunião em Luque, em 15 de março de 2024, abandonar o formato de ida e volta — algo que vinha sendo usado desde 2005 — e adotar a final única. A motivação? Aumentar o impacto comercial, garantir maior segurança e evitar que clubes com mais recursos tivessem vantagem por jogar em casa na partida de volta.

Os números são claros: o campeão leva US$ 11,5 milhões — o que equivale a mais de R$ 60 milhões — e uma vaga direta na fase de grupos da Copa Libertadores 2026. O vice, com US$ 6,5 milhões, ainda garante uma chance de classificação por meio da repescagem. Para o Atlético-MG, isso é mais que dinheiro: é a chance de manter o time junto, evitar a saída de jogadores-chave e manter a competitividade em um cenário econômico cada vez mais difícil para os clubes brasileiros.

Transmissão e odds: o que o Brasil espera

No Brasil, o jogo será transmitido ao vivo pelo SBT, pela ESPN e pelo Disney+. A decisão da emissora aberta de transmitir a final — algo raro para uma competição secundária — mostra o quanto o clube mineiro cresceu no imaginário popular. As casas de apostas, por sua vez, dão ligeira vantagem ao Atlético-MG: a Betano oferece 2,47 para a vitória do time mineiro, contra 3,30 para o Lanús. A Bet365, mais conservadora, tem odds de 2,40 para o Atlético e 3,25 para o time argentino. O empate, em ambos os casos, está em torno de 3,00 — o que reflete o equilíbrio esperado.

Os torcedores do Atlético-MG, que já vivenciaram a final da Libertadores em 2013 e a conquista da Sul-Americana em 2021, não escondem a ansiedade. “É como se fosse um jogo de final de campeonato estadual, mas com o mundo olhando”, disse o torcedor Luiz Henrique, de Belo Horizonte, que viajou para Assunção com a família. “Se ganharmos, vamos lembrar disso até os netos nascerem.”