Autismo: deputado Botelho defende inclusão e formação de professores em Cáceres

Autismo: deputado Botelho defende inclusão e formação de professores em Cáceres

Deputado reforça a urgência de políticas inclusivas

Na última quinta‑feira, 25 de maio, o deputado Eduardo Botelho (União Brasil) participou de uma reunião no Palácio da Câmara Municipal de Cáceres. O encontro, aberto a educadores, gestores de saúde e representantes dos 23 municípios atendidos pelo polo regional, serviu de palco para o parlamentar defender um maior investimento em autismo e na formação de professores.

Botelho chegou ao recinto lembrando sua trajetória como professor de sala de aula. "Quando eu estava na escola, percebia diariamente a falta de preparo para atender alunos com dificuldades de aprendizagem", contou. Segundo ele, apesar dos avanços nas últimas décadas, ainda há lacunas que impedem a plena inclusão de estudantes com necessidades especiais.

Propostas concretas para capacitação e apoio

Propostas concretas para capacitação e apoio

O deputado enumerou quatro ações que, segundo ele, podem mudar o cenário da região oeste de Mato Grosso:

  • Implementar cursos de curta duração para professores, focados em estratégias de comunicação e manejo de comportamentos associados ao autismo;
  • Criar uma rede de apoio multidisciplinar nas escolas, reunindo psicólogos, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos;
  • Destinar recursos para adaptar salas de aula, garantindo ambientes sensoriais adequados;
  • Fortalecer a Câmara setorial da Assembleia que trata de inclusão, ampliando seu alcance para todas as cidades do polo.

Botelho ressaltou que a Câmara setorial já existe, criada durante seu mandato como presidente da Assembleia Legislativa. "Foi um passo importante, mas ainda precisamos expandir essa conversa para que chegue a cada escola, a cada vila, a cada casa", afirmou.

Para o deputado, a formação continuada dos docentes é o ponto de partida. Ele citou casos em que professores, ao receberem treinamento específico, conseguiram melhorar o desempenho de alunos com autismo em até 30 %. "Esses números mostram que investimento em capacitação traz retorno direto na aprendizagem e no bem‑estar das crianças", explicou.

Além da capacitação, Botelho destacou a necessidade de criar protocolos claros de atendimento, que permitam ao professor identificar sinais precoces e encaminhar o estudante para avaliação especializada. A ideia é evitar que a falta de diagnóstico atrase intervenções que poderiam ser feitas logo nos primeiros anos de vida.

O encontro em Cáceres também serviu para ouvir demandas dos municípios. Representantes de Sinop, Juína e Nova Mutum relataram falta de profissionais especializados e a sobrecarga dos poucos docentes que conseguem atender alunos com necessidades especiais. Essa troca de experiências reforçou a proposta de Botelho de criar um “hub” de recursos, onde as cidades menores possam acessar especialistas de forma remota.

Ao encerrar a reunião, o deputado convidou todos os participantes a se engajarem nas próximas sessões da Câmara setorial, que acontecerão trimestralmente. Ele acredita que o diálogo permanente entre poder público, escolas e famílias é a chave para avançar na inclusão.

Com a expectativa de que as propostas ganhem força no Legislativo estadual, Botelho deixou claro que continuará acompanhando a implementação desses projetos. "Não basta prometer, é preciso fazer", concluiu, reforçando seu compromisso de transformar a realidade de milhares de estudantes com autismo em Mato Grosso.

11 Comentários

  • Renata Herbalife Betim
    Renata Herbalife Betim Postado setembro 28 2025

    Essa iniciativa é essencial, mas ninguém fala do que realmente importa: onde vão buscar esses profissionais? Temos escolas com 30 alunos por sala e nenhum terapeuta à vista. Treinar professor é bom, mas sem estrutura, é só discurso bonito.
    Sei de uma escola em Sinop que tentou fazer isso e acabou desistindo por falta de apoio. Não adianta só anunciar.

  • Priscila Perestrelo
    Priscila Perestrelo Postado setembro 29 2025

    Outro político que fala pra parecer que faz algo.
    Autismo não é problema de sala de aula, é problema de sociedade.

  • Leilton César
    Leilton César Postado outubro 1 2025

    Putz, mais um que quer salvar o mundo com PowerPoint e reunião na câmara…
    Enquanto isso, minha sobrinha com autismo tá sendo ignorada numa escola pública porque ‘não tem ‘professor especializado’ e ‘não é prioridade’.
    Se esse deputado fosse de verdade, já teria botado um helicóptero pra levar terapeutas pra vilas. Mas não, prefere fazer foto com professor e postar no Instagram 😒

  • Everton Gonçalves
    Everton Gonçalves Postado outubro 3 2025

    Eu trabalhei como auxiliar em uma escola em Cuiabá e vi de perto o que acontece. Professores tentam, mas não têm nem manual. Se tivessem um curso prático de 20h, com simulações reais, já melhoraria MUITO.
    Tem professor que não sabe o que é um ‘espaço sensorial’ e ainda acha que criança com autismo é ‘mal educada’. Isso é o que precisa mudar - não só lei, mas cultura.
    Botelho tá no caminho certo. Só precisa de gente pra apoiar e não só criticar.

  • Jefte Lima
    Jefte Lima Postado outubro 5 2025

    Claro, mais uma manobra do sistema. Eles criam uma ‘câmara setorial’ pra dar a impressão de que estão fazendo algo, enquanto o SUS continua ignorando diagnósticos precoces e as famílias são jogadas no abismo.
    Isso tudo é um espetáculo. A indústria da educação especial está lucrando com o sofrimento das famílias. Eles querem treinar professor? Ótimo. Mas primeiro, que paguem os terapeutas que já existem e que estão sendo explorados com salário de R$1.200.
    Isso aqui é controle social disfarçado de inclusão. E eu não caio nessa.

  • Gabrielle Ferreira
    Gabrielle Ferreira Postado outubro 7 2025

    eu toma um café e vi isso aqui e fiquei tipo… sério? tem gente que ainda acha que autismo é só ‘não falar’? meu irmão é autista e ele fala mais que eu, só que nem todo mundo entende ele… e a escola? nem tenta. só quer que ele se adapte. e agora vem o deputado com um monte de plano… mas onde tá o dinheiro? 🤡

  • Flávia Hohl Deriggi
    Flávia Hohl Deriggi Postado outubro 8 2025

    É bom ver alguém falando sobre isso sem dramatizar. Acho que o ponto mais importante é o hub remoto. Muitas cidades pequenas nem têm acesso a um fonoaudiólogo. Se conseguirem fazer isso funcionar, mesmo que de forma simples, já vai salvar vidas. Não precisa de muito, só de vontade real.

  • Lizandra Carmona
    Lizandra Carmona Postado outubro 9 2025

    As propostas são superficialmente alinhadas com os paradigmas da neurodiversidade contemporânea, porém carecem de uma matriz epistemológica robusta que incorpore os pressupostos críticos da educação pós-colonial e da teoria da desabilitação
    É evidente que a instrumentalização pedagógica do autismo como objeto de intervenção reforça a hegemonia neurotípica
    Os protocolos propostos são sintomáticos de uma lógica de gestão que prioriza a eficiência operacional em detrimento da subjetividade do sujeito

  • Wesley Carlos Silva
    Wesley Carlos Silva Postado outubro 10 2025

    30% de melhora? Fonte? Estudo controlado? Amostra? Quais critérios de avaliação? Onde está o artigo publicado? Isso é pura anedota disfarçada de dado. Eles usam números assim pra manipular. Se não tem dados reais, não fala nada. Só gera falsa esperança.

  • Reinaldo Versuri
    Reinaldo Versuri Postado outubro 11 2025

    Sei que parece utopia, mas já vi escolas pequenas fazerem isso com pouco recurso. Um professor treinado, um cantinho com luz suave e fones de ouvido pra quem precisa, e um grupo de pais ajudando… já muda tudo.
    Botelho tá falando de coisas que funcionam. O problema não é a ideia, é a falta de coragem pra colocar em prática. Quem quiser, eu posso te mandar o contato de uma escola em Barra do Garças que tá fazendo isso. Sem burocracia, só com amor e dedicação.

  • Amanda Machado
    Amanda Machado Postado outubro 11 2025

    Essa iniciativa representa um marco histórico na política educacional de Mato Grosso, consolidando um paradigma de inclusão baseado em evidências empíricas e estruturas de governança colaborativa. A criação do hub remoto é uma inovação disruptiva que alinha-se aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, em especial o ODS 4. É imperativo que o Executivo estadual acelere a implementação por meio de decreto de urgência, com alocação orçamentária prioritária. A omissão das prefeituras municipais, especialmente nas regiões periféricas, constitui uma violação dos direitos humanos fundamentais da criança com TEA. Parabenizo o deputado pela coragem política - e exijo que a mídia dê mais visibilidade a esse modelo transformador. #InclusãoReal #AutismoNãoÉModa

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